Essas imagens infravermelhas mostram quão vivas são as asas das borboletas 204i30

Uma pesquisa da Universidade de Harvard e Universidade Columbia (ambas nos EUA) utilizou uma nova técnica de imagem infravermelha para determinar que as asas das borboletas são vivíssimas – contêm uma rede de células com o propósito de regular sua temperatura. 3m5t5u

O maravilhoso mundo das asas de borboletas 5fk60

Antes, parecia que as belas asas coloridas desses insetos atingiam seu esplendor por meio de células mortas.

Agora, os pesquisadores sabem que esse não é o caso, e que elas possuem na verdade até mesmo um “coração”, que bate algumas dezenas de vezes por minuto para controlar o fluxo sanguíneo.

Para entender melhor essas estruturas complexas nas asas das borboletas, a equipe teve que desenvolver uma tecnologia de infravermelho e utilizá-la para analisar amostras de asas de mais de 50 espécies.

Câmera térmica 5f5f5l

Para recriar o ambiente natural das borboletas, os pesquisadores simularam a luz do sol usando uma lâmpada. Eles descobriram que as células vivas nas asas dos insetos podem identificar a direção e intensidade da luz, reagindo de acordo para manter uma temperatura ideal – por exemplo, fechando-se ou inclinando-se.

Uma câmera térmica customizada registrou esse processo de resfriamento das asas, destacando os locais pelos quais o calor era dissipado. A câmera não invasiva foi fundamental para observar as estruturas frágeis das asas sem perturbá-las.

“Isso tem sido difícil de fazer até agora por causa da fineza e delicadeza das asas das borboletas”, disse uma das autoras do estudo, a entomologista Naomi E. Pierce da Universidade de Harvard.

No final do estudo, os cientistas haviam produzido mapas coloridos da distribuição de temperatura nos insetos. Os mapas de calor mostram a faixa estreita de temperatura na qual as borboletas sobrevivem melhor – suas asas ficam rapidamente superaquecidas no sol, enquanto o frio pode diminuir o fluxo sanguíneo e limitar seus movimentos.

De acordo com Adriana Briscoe, bióloga evolucionária da Universidade da Califórnia em Irvine (EUA) que também estuda a termorregulação em borboletas, a elevação das temperaturas no mundo todo pode impor dificuldades de adaptação a esses animais.

Próximos os 5z4q46

Segundo os pesquisadores, as técnicas de regulação da temperatura nas asas das borboletas podem nos ajudar a desenvolver melhores aeronaves resistentes ao calor.

Isso seria muito útil, uma vez que aviões comerciais já foram forçados a pousar devido a altas temperaturas.

“Esta é uma inspiração para projetar as asas de máquinas voadoras. Talvez o design das asas não deva basear-se apenas em considerações da dinâmica de voo”, disse Nanfang Yu, físico da Universidade de Columbia e outro autor do estudo, em um comunicado à imprensa.

Um artigo detalhando as descobertas foi publicado na prestigiada revista científica Nature. [Popsci]

Fonte: Hypescience