ICMBio inicia monitoramento de aves em Abrolhos o3w18

Analistas do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estiveram recentemente no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (PNMA), no litoral da Bahia. A visita teve como objetivo capacitar equipes locais no manuseio e coleta de dados biológicos de aves marinhas e subsidiar a elaboração de programa de monitoramento de aves na unidade de conservação. 4b1j34

Foram realizadas atividades de marcação e recaptura de aves marinhas e de capacitação da equipe do parque para a coleta de dados de biometria das aves com base nos protocolos utilizados pelo Cemave nas diversas unidades de conservação do ICMBio. As equipes também realizaram a contagem dos ninhos ativos de diversas espécies nas diferentes ilhas do arquipélago.

O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos é um importante berçário para diversas espécies de aves marinhas, com destaque para as fragatas (Fregata magnificens), atobás (Sula dactylatraS. leucogaster), beneditos ou andorinha-do-mar-preta (Anous stolidus), além das espécies criticamente ameaçadas de extinção grazinas ou rabo-de-palha-do-bico-vermelho (Phaeton aethereus) e rabo-de-palha-do-bico-vermelho (P. lepturus). Abrolhos se destaca ainda por ter a maior colônia da grazina-de-bico-vermelho do Brasil.

Atrativo

A conservação das espécies de aves marinhas ameaçadas é um dos objetivos de manejo do Parque Marinho dos Abrolhos. Além da sua importância ecológica, essas aves são um dos principais atrativos de visitação da unidade, em que o visitante, durante o seu desembarque na ilha Siriba, pode contemplar os ninhais de atobás-branco e grazinas, além de observar as aves durante todo o seu eio na unidade de conservação.

De acordo com Fernando Repinaldo, chefe do parque, os programas de monitoramento da biodiversidade permitem um acompanhamento de longo prazo das populações e são importantes para gerar informações biológicas para subsidiar a gestão e o manejo, além de avaliar o alcance dos objetivos de conservação da unidade. “A atividade proposta também soma-se ao recém publicado Programa Monitora (Instrução Normativa ICMBio 03/2017), reforçando o apoio do Cemave e programa do Voluntariado na UC como participantes importantes no processo”.

A capacitação da equipe do parque, destacou ainda Repinaldo, enriquece também as possibilidades de interpretação ambiental dentro da unidade com mais informações sobre as aves marinhas e maior engajamento de funcionários e voluntários nas atividades da UC.

Conservação

Segundo Patrícia Serafini, analista ambiental do Cemave, a visita reforçou a necessidade da continuidade e ampliação de ações para a conservação das aves marinhas em Abrolhos, em especial, a necessidade do controle e manejo de espécies exóticas que afetam negativamente a biodiversidade local, muitas das quais serão alvos de discussão com outros setores da sociedade na oficina para elaboração do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Aves Marinhas, prevista para este mês.

O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos vem desenvolvendo alguns programas de monitoramento da biodiversidade com e científico dos centros nacionais de pesquisa do ICMBio. Os programas têm como enfoque monitorar as populações de espécies ameaçadas e espécies objetivos de conservação da unidade e cumprir ações propostas nos planos de ação nacional (PANs) desenvolvidos pelo ICMBio.

Lucas Cabral, bolsista GEFMar de apoio científico do parque, considerou fundamental o papel dos centros de pesquisa tanto para fornecer e técnico/científico para a equipe da unidade quanto para padronizar protocolos de coleta de dados que possam ser utilizados em outras unidades”.

As atividades de capacitação contaram com o poio financeiro do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas do Brasil – Projeto GEF Mar/Funbio.

Fonte: ICMBio