Divergências entre ricos e pobres por ajuda marcam conferência climática 4w1n2n

Os atritos sobre o prazo para que as nações ricas ampliem sua ajuda climática a países em desenvolvimento estão colocando em risco o resultado final de uma negociação que envolve 200 países sob os auspícios da ONU em Doha, no Catar. 43b2p

Ativistas dizem que as duas semanas de discussões, que terminam na sexta-feira (7), estão “à beira do desastre” pelo fato de os países ricos não terem marcado data para liberar a ajuda financeira nem terem estabelecido metas para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa.

As ofertas de nova ajuda europeia não resolveram o ime em torno de um cronograma que leve ao cumprimento da meta de que os países ricos destinem 100 bilhões de dólares em ajuda climática até 2020 – dez vezes a cifra atual.

Promessas individuais da Alemanha, Grã-Bretanha, França, Holanda, Suécia, Dinamarca e da Comissão Europeia em Doha totalizaram mais de 6,85 bilhões de euros (8,95 bilhões de dólares) para os próximos dois anos – mais do que em 2011-12.

Mas as nações em desenvolvimento disseram que esperavam um compromisso mais claro de ajuda adicional por parte dos EUA, da Austrália e de outros países.

Um grupo de influentes grupos ambientais, incluindo Greenpeace, WWF e Oxfam, disse estar lançando “um apelo emergencial aos governos para que salvem Doha do desastre”.

“Este está sendo um exercício quase risível”, disse Kumi Naidoo, diretor do Greenpeace.

A reunião de Doha já começou cercada por poucas ambições, e o eventual fracasso será menos espetacular do que numa cúpula de 2009, em que havia a expectativa da de um novo tratado global contra a mudança climática.

Na conferência de Doha, apenas quatro países – Líbano, República Dominicana, Belarus e Ucrânia – estabeleceram novas metas para suas emissões, enquanto os delegados priorizam as discussões para prorrogar o Protocolo de Kyoto, que obriga cerca de 35 países ricos a reduzirem suas emissões em pelo menos 5,2 por cento até o período de 2008 a 2012, em relação aos níveis de 1990.

Especialistas preveem que as emissões globais crescerão 2,6 por cento em 2012. “Resta pouquíssimo tempo. Encorajo os senhores a ampliarem seus esforços”, disse o presidente da conferência, o catariano Abdullah bin Hamad al Attiyah, a delegados na noite de quinta-feira.

Alguns países ricos dizem que será inútil prorrogar o Protocolo de Kyoto se ele não ar a exigir reduções nas emissões também de grandes nações em desenvolvimento. (Fonte: Portal iG)